Centro de Pesquisas Biológicas de Indaial - Projeto Bugio

O Centro tem como carro chefe o Projeto Bugio, com objetivo de conservação do Bugio-ruivo (Alouatta clamitans) e de seu habitat.

Gerar conhecimento sobre os bugios ruivos que subsidiem ações de conservação da espécie e de seu habitat.

Foi a partir de seus passeios de bicicleta nas proximidades do morro Geisler que a professora universitária Zelinda Maria Braga Hirano despertou sua curiosidade de cientista para com aqueles animais de vocalização tão intensa e fascinante que ultrapassava os limites da floresta.

Armada de uma faca de churrasco e bússola decidiu então entrar na mata dos bugios e aprender um pouco mais sobre este primata ainda tão pouco conhecido no Estado de Santa Catarina.

Suas caminhadas freqüentes na área, acompanhada de outros ambientalistas como João Carlos da Silva, Eduardo e Sheila Wanke, começaram a chamar a atenção da comunidade local, que por sua vez gerou uma maior demanda frente a ocorrências com a espécie.

Foi então a partir de um episódio com um animal intoxicado, mantido em cativeiro ilegal, que encaminhado à professora, e por ela levado até a mesa do prefeito do município, que ficou explicita a necessidade de um local para realização de estudos científicos que subsidiassem ações de conservação deste macaco.

O Centro de Pesquisas Biológicas de Indaial - CEPESBI e Observatório de Primatas do Morro Geisler foi criado através da Lei Municipal n0 2.099, de março de 1992. O mesmo é mantido por meio de um convênio entre a Prefeitura Municipal de Indaial e a Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB.

Desde sua fundação, o centro tem realizado atividades de pesquisa, educação ambiental e integração da comunidade local com estudantes universitários e pesquisadores. Dentre as principais atividades do centro destaca-se o Projeto Bugio, um estudo científico que procura conservar a espécie Alouatta clamitans Cabrera, 1940 (Primates: Atelidae), o bugio ruivo.

Os estudos para melhor conhecimento desta espécie tiveram início em ambiente natural em 1991 no Morro Geisler,em Indaial - SC, uma área de 40 ha. de Floresta Ombrófila Densa localizada no perímetro urbano do município e que possui ligação com o Parque Nacional da Serra do Itajaí.

Esta atividade gerou subsídios para manutenção de bugios em cativeiro e viabilizou a implantação de um criadouro científico, oficializado pelo IBAMA em 1995, onde os dados científicos coletados a campo são aplicados a fim de incrementar o bem-estar dos animais cativos.

O criadouro já recebeu mais de uma centena de animais e conta no momento com 43 indivíduos. Os animais são provenientes de apreensões em cativeiros ilegais, eletrocutamentos na rede elétrica, atropelamentos, realizadas pelo IBAMA ou pela Polícia Ambiental, ou ainda trazidos pela comunidade local por apresentarem ferimentos.

A sensibilização e conscientização da população local e regional quanto a questões ambientais iniciou-se já em 1992, com a participação em feiras e exposições como a Festa do Colono, a Festa anual de emancipação do município e Semana do Meio Ambiente de Indaial, assim como em palestras em escolas do município.

O treinamento de estudantes e profissionais para desenvolverem atividades na área de primatologia sempre foi uma meta do CEPESBI. Cerca de 200 pessoas dentre estudantes da FURB e de outras instituições nacionais e internacionais já foram capacitadas para atuar em estudos de ecologia, comportamento, biomedicina e medicina de primatas neotropicais.

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